Tens medo? Mostra coragem.
Não sabes a resposta? Disfarça, com um ar entendido.
Tens vontade de chorar? Foge daí, antes que alguém dê por isso.
Estás com um problema? Desenrasca-te sozinho/a porque toda a gente tem os seus.
Somos habituados a pensar a vulnerabilidade como uma fraqueza, como algo que nos deixa à mercê dos outros e lhes dá margem para definir o nosso valor enquanto pessoas.
Para não parecer frágil, há que ser prudente. Para não sofrer há que não mostrar sofrimento.
Assim vamos crescendo, a morrer de medo do julgamento dos outros e a aprender a defender o oposto daquilo que estamos a sentir, na busca de um ideal de perfeição disparatado. E inatingível, felizmente.
E depois há o tempo. Os anos que passam, a vida que ensina e que, na maioria das vezes, nos vai deixando mais disponíveis para ouvir quem somos e assim saborearmos o gosto suave da autoaceitação.
Pensar sobre a vulnerabilidade traz-nos a memória das muitas vezes em que achamos que não estamos à altura, que não somos suficientes e nos centramos na ideia de que os outros serão sempre melhores do que nós.
Assumir a nossa vulnerabilidade (e aceitá-la incondicionalmente), traz-nos a força de sentir que sempre que nos expomos, sempre que pedimos ajuda, sempre que baixamos a guarda e recebemos o desafio da incerteza, crescemos por dentro e tornamo-nos melhores pessoas.
Este blogue é um dos meus caminhos, o salto sem paraquedas, a minha entrega.
E eu sou grata, por todas as vezes em que abro o coração e deixo que as palavras me desacertem o passo. Sem medo e sem nenhuma outra garantia, a não ser, a fé em mim.
Que ela um dia me baste e assim, tal como a Sophia, aprenderei também eu “a viver em pleno vento”.
Nota: Brené Brown é uma investigadora e uma “contadora de histórias”, que se tem dedicado ao estudo dos processos envolvidos na vulnerabilidade, na coragem e na vergonha. Para saber mais, com quem sabe, espreita o vídeo…